Retorno ao Brasil

Estávamos na sala vip da American Airlines, no aeroporto de São Francisco na California. Eu tomava uma taça de champanhe e minha esposa um cappucino gelado da Starbucks. De aperitivo, salmão grelhado com alcaparras. Aguardávamos o vôo para Washington onde faríamos conexão para o Brasil. Classe A. Que raiva de mim. Desculpem pessoal, mas eu não consigo mentir para vocês . Vou falar a verdade.

Realmente estávamos no aeroporto de São Francisco, só que ao invés de sala vip, a gente estava escondidinho sob uma escada rolante, dividindo uma Tupperware cheia de pão de forma com requeijão e tomando uma latinha de Coca-Cola quente. A companhia aérea era a Aeromexico, a tarifa econômica ,e faríamos uma escala de 14 horas no México para conexão.

O vôo para o Brasil duraria 10 horas mas fomos avisados que talvez demorasse um pouco mais. Devido a quase certo problemas mecânicos o avião poderia fazer várias paradas de emergência, avisou o comandante aos passageiros. Demos sorte. Só foi preciso fazer uma parada de 7 horas no Peru e outra de 4 horas em Manaus. Esta ultima parada não foi problema mecânico e sim para assumir um novo comandante, pois descobriram que o titular tinha sido esquecido no Peru.

 Foi uma viagem cansativa, porém, valeu a pena. No vôo para o Brasil eramos 420 passageiros. Estava um pouco apertado pois a capacidade do avião -um Boeing 540 ano 1942 - era de 140 lugares. Desses passageiros 350 eram traficantes que estavam sendo deportados do Mexico, 60 eram terroristas iraquianos disfarçados de dançarinas de dança de ventre,2 senadores e 6 deputados brasileiros, eu e minha esposa. O único problema que tivemos foi o roubo de nossas malas. Talvez estejam em Brasília.